sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Movimentos Sociais, do individual para o coletivo II.

Quando as aulas da UPP de Promoção e Educação da Saúde II iniciaram, fiquei contente de saber que iria estudar, a fundo, os Movimentos Sociais. Ao longo do semestre, meu contentamento foi se tornando uma espécie de desespero (misturado com um forte desinteresse pela UPP) por ver que levo uma vida alienada e sem causas de vida ou morte, saúde ou doença (embora eu tenha algumas revisões médicas mensais, semestrais e anuais), sede ou fome, enfim, aquelas que moveram e ainda movem as pessoas a lutarem contra os governos, os impostos, as causas humanitárias e por aí vai... 

Acabei por me definir como a integrante do Movimento dos Acarpetados, sabe aquelas pessoas alheias à vida lá fora? Aquelas que condenam sem antes saber o motivo de tal reivindicação? Aquelas que ignoram que as coisas são finitas e que não estamos no mundo à passeio...

Pois bem, depois da palestra que tive na última aula (obrigada professora Vânia!, por oportunizar choques constantes com a realidade), percebi que não devo mais fazer parte de um movimento tão alienado, mesquinho e ignorante como esse.

Embora muitas das pessoas que lêem esse Blog tenham uma boa imagem da pessoa que vos escreve, sinto informar que não sou perfeita, tenho muitos defeitos e nada melhor que falar sobre eles para perder aquela ideia de que a vida é um mar de rosas...

A palestra foi sobre o Movimento Indígena, ministrada pela psicóloga Bianca Stock.

Já escrevi, em outro post, sobre o soco no estomago que levei no semestre passado, né?! Pois então, essa palestra foi o soco no estomago deste semestre!

Fiquei impressionada com o trabalho da Bianca com os índios, com as histórias deles e com o fato de que passo por eles no centro, na Redenção, na Zona Sul... Sem ao menos interessar-me sobre sua cultura, seus ensinamentos, sua forma de ver quem nem os enxerga (acredito naquela máxima de que “só enxergamos aquilo que queremos ver!”)...

É Rossana, nada mais justo do que praticar a Alteridade!!! Para olhar o outro, entende-lo na sua essência, não fazer pré-julgamentos com o que foi ensinado, compreender que não estamos sozinhos nesse mundo e que, sempre há tempo, para mudarmos os nossos conceitos.

A palestra foi, do início ao fim, extremamente cativante e envolvente. Difícil resumi-la aqui, mas com certeza tenho planos de aprofundar os conhecimentos passados nela para trabalhos em, no mínimo, três UPP’s e para a vida!

Chega de ficar sentada no bem bom olhando a vida passar!

Agora, considero-me adepta do Movimento Abra a Janela... 

4 comentários:

  1. Sempre olhei para as indígenas sob um olhar penalizado, como se fosse o fim do mundo elas estarem sós, com seus bebes em uma cidade urbana e desorganizada.
    Achava o fim dar esmolas até que um dia vi uma delas forte saudavel com condiçoes de trabalhar sentada numa esquina pedindo dinheiro para leite pro bebe maior e um pequeno colado ao seio.
    Pensei por que não trabalha? Num lar numa escola numa faxina sei lá...
    aí alguem disse-me que estaríamos feriando as tradiçoes indigenas tirando-a de seu habitat, etc..etc... etcc..
    Então pensei.... se temos que preservar sua sculturas tradiçoes milienares que voltem pro mato e liberem as calçadas de suas imundices..pois quem sabe pedir dinheiro e dar coca-cola para seus filghos pode trabalhar e viver na urbanização como todos nós, se querem preservar suas raízes vivam no mato e lutem por justiça social.....

    Apenas um desabafo da tua AMIGA REVOLUCIONÁRIA RSTRSTRSTRSRSR

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Infelizmente compartilhava dessa mesma opinião, Flávia! Da próxima, assina o teu comentário minha amiga-colega revolucionária!!! Mas precisamos mudar a nossa opinião pré-formada sobre tudo e, quem sabe, compreender o porquê deles estarem marginalizados nas ruas que um dia foram deles e que nós invadimos, construímos, urbanizamos e, por fim, os renegamos querendo que eles voltem para o mato... Que mato? Por que não viver em sociedade sem marginalizações? Cada um com a sua cultura, tradição, modo e jeito de viver a vida? Difícil responder, né?! Mais difícil ainda é fazer acontecer as respostas para tais perguntas. Enfim, fica a reflexão do que podemos fazer pelo nosso semelhante, seja ele índio, velho, preto, criança, branco, doente, amarelo, saudável!

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  4. "Sem ao menos interessar-me sobre sua cultura, seus ensinamentos, sua forma de ver quem nem os enxerga (acredito naquela máxima de que “só enxergamos aquilo que queremos ver!”)..."
    Por que eles não escrevem um livro, um filme ou pelo menos falem sobre sua cultura, seus ensinamentos? tipo aqueles tiozinhos que falam da bíblia? tá faltando marketing pra esses índios..
    Concordo, sem radicalismos, com a idéia "voltem pro mato ou se adaptem"

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