Ao ler o livro
a Graça da Coisa de Martha Medeiros, li a crônica abaixo e me identifiquei
muito, mesmo sendo do ano passado, serviu como uma luva para as mudanças
internas que rolaram em 2012! Impossível não compartilhar ela por aqui e
desejar que 2014 surpreenda ainda mais que 2013!
O fim e o
começo
Como era de se
esperar, não teve fim do mundo. Mas 2012 não foi um ano qualquer. Muitas
pessoas a minha volta sentiram algo parecido com o que senti: que este foi um
ano de intensidade única, com uma energia capa de encerrar etapas. Um ano de
despedidas, algumas concretas, outras mais sutis. Houve quem tenha terminado
casos mal resolvidos, quem tenha se conscientizado de um problema que não
queria ver, quem se deu conta da fragilidade de uma situação, quem tenha
aceitado um desafio que exigiu coragem, quem tenha enfrentado uma situação
transformadora, quem tenha se jogado num estilo de vida diferente. Olho para os
lados e vejo que 2012 não passou em branco para quase ninguém. Pelo menos não
para mim, nem para pessoas próximas.
Meu microcosmo não revela o universo
inteiro, lógico. Você talvez não tenha percebido nada de incomum no ano que
passou, mas ainda assim seria interessante promover um fim categórico, encerrar
o ano colocando uma pedra em algo que não lhe convém mais. Geralmente chegamos
ao final de dezembro focados apenas no recomeço, na renovação, nos planos sem
nos darmos conta de que para nossas resoluções sejam cumpridas mais adiante,
não basta pular as sete ondas, comer lentilhas e outras mandingas. É preciso que
haja, sim, o fim do mundo. O fim de um mundo se, particular.
Qual o mundo que você precisa exterminar
da sua vida?
Sugestão: o mundo do bullying
cibernético. Ninguém é autêntico por esculhambar o trabalho dos outros sendo
agressivo e mal-educado só porque tem a seu favor o anonimato da internet.
Perder horas na frente do computador demonstra sua total incapacidade de
convívio. Bum! Fim desse mundo estreito.
O mundo da prepotência, aquele que faz
você pensar que todos lhe estenderão um tapete vermelho sem você dar nada em
troca. Qualquer um pode ser profético quanto a seu futuro: passará o resto da
vida achando que ninguém lhe dá o devido valor, isolado em sua torre de marfim.
O mundo obcecado do amor doentio, aquele
amor que só persiste pelo medo da solidão, e que de frustração em frustração
vai minando sua possibilidade de ser feliz de outro modo.
O mundo das coisas sem
importância. Quanta dedicação ao sobrenome do fulano, à conta bancária do
sicrano, à vida amorosa da beltrana, o quanto ela pagou, o quanto ele deveu,
quem reatou. Por cindo minutos, vá lá. Os neurônios precisam descansar. Mas
esse trelelé o dia inteiro, socorro.
O mundo do imobilismo. Do aguardar sem
se mover. Da espera passiva pelo momento certo que nunca chega.
2012 prenunciou um cataclismo, só que
não era global , e sim individual. Impôs que cada um desse um fim à vida como
era antes e que promovesse uma mudança interna, profunda e renovadora. Feito?
Então que venha um 2013 do outro mundo
para todos nós.
Sou suspeita em falar que ADORO a Martinha! Todos os anos compro o último livro que ela lançou e aguardo ansiosamente por um autógrafo na Feira do Livro de Porto Alegre,
ano passado o Huander Querido levou meu livro para ser autografado, esse ano
ela não autografou nada na Feira, para minha profunda tristeza, mas depois dessa crônica,
na qual ela tocou profundamente em sentimentos que vivenciei no ano passado, ela
autografou a minha alma...
Profundo não?! SIM! Sim, para quem está fechando o terceiro final de
semana seguido de plantão no hospital, sim para quem anda se atacando da bronquite
nesse calorão e um sim especial para quem sairá de férias essa semana!
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